O Profeta

Wednesday, November 29, 2006

Pirateando

Estou me sentindo culpado... Será que é errado piratear? Refiro-me ao download e distribuição de softwares, música, video, enfim, tudo que tem copyright e que é ilegalmente distribuido na internet. Será que está errado baixar música e software de graça?

Que é ilegal, isso é sabido, com efeito. Mas aqui nos Estados Unidos, em especial, há uma propaganda moral fortíssima contra a pirataria. “Pirataria é roubo!”, “Você está roubando o dinheiro de outros”, “Você está prejudicando as companhias”. Muita gente leva isso a sério por aqui, de modo que se vc tem um software pirata, vai ter uma galera que vai olhar torto pra vc. E, é claro, há também uma pressão legal muito grande que intimida bastante.

De qualquer forma, a impressão que dá é que a pirataria só tende a crescer. Por mais que as companhias lutem na justiça, por mais que apelem pra imoralidade da pirataria, ela é inevitável. A tecnologia é outra, a relação com a informação agora é outra, e piratear é tão fácil, o risco é mínimo e o desejo de ter acesso a cada vez mais coisas é tão grande, que todo mundo o faz sem hesitar muito.

Mas o que vai acontecer, então? As grandes companhias vão perder o interesse por fabricar softwares de qualidade, produzir música e filmes? Sem a proteção à produção intelectual, quem vai investir numa pesquisa caríssima para desenvolver uma droga contra a AIDS, por exemplo? Quem vai produzir softwares de engenharia avançadíssimos e fundamentais como o MATLAB? Será que a humanidade vai parar de avançar por causa disso? Será que a música e os filmes vão cair de qualidade?

Calma, não é bem assim que a coisa funciona. Essa maneira de o mundo avançar, através de investimentos maciços de grandes companhias, é muito recente, é o modelo corrente, apenas. Olhando para o passado o que se percebe é que tecnologia, música, conhecimento sempre vão existir, sempre vão ser produzidos, embora o incentivo seja diferente, o contexto que os produz e a motivação sejam outros. Nenhuma companhia pagou pra Platão escrever a obra de maior qualidade que existe até hoje. Nem pra Schopenhauer pra que ele produzisse sua belíssima contribuição para o conhecimento humano. Não havia uma empreitera Odebretch pra construir as pirâmides do Egito. Arquitetura, astronomia, agricultura, matemática, tudo isso evoluiu sempre e em contextos totalmente diferentes. Aliás, com toda a diversidade de conjunturas anteriores a única coisa que parece realmente certa é que o desenvolvimento vai continuar sempre, e que o contexto no qual ele acontece vai ser sempre diferente, novo, inusitado.

A proteção ao conhecimento, o copyright, a patente, são a maneira como a produção intelectual tem sido feita ultimamente. Funcionou muito bem durante muito tempo, mas talvez agora tenha de acabar porque está se tornando inviável. Um novo contexto está se formando e, queiramos ou não, a mudança é iminente. Pense na internet, por exemplo. Ela não pertence a nenhuma empresa nem a ninguém, ela não é pública nem privada, e no entanto cresce muito hoje sem nenhum investimento “específico”; ela simplesmente emerge porque é necessária. O linux é produzido e é distribuído de graça. Não há copyright e mesmo assim o seu desenvolvimento funciona maravilhosamente bem. Não que dinheiro não esteja envolvido, mas a maneira pela qual ele entra, a motivação e conjuntura que viabiliza o empreendimento são outros.

Finalmente, quanto ao fato de ser ilegal piratear, eu diria que é apenas uma questão de tempo. As leis não são eternas, elas se adaptam à realidade e não o contrário. Elas representam, capturam a moralidade corrente. O aborto, por exemplo, é ilegal, mas é cada vez menos imoral. As leis estão mudando em função disso, e o aborto é agora permitido em vários países. Clonar seres humanos é antiético hoje, mas à medida que a nossa realidade muda, que a nossa compreensão do mundo se modifica, pode se tornar uma coisa banal e até mesmo legal. Em relação ao download, as leis protegem uma minoria muito restrita, enquanto o mundo inteiro, que quer ter o direito de baixar o que bem lhe entender, é prejudicado. O conceito de imoral nesse caso está mudando, porque quem “pirateia” não se considera um criminoso. Mas, é claro, as pessoas que estão perdendo com isso são muito poderosas e vão lutar ao máximo para atrasar o lado. Só lamento, eu digo, é uma briga perdida.

Bom, pra terminar vai a foto do pirata mais procurado dos sete mares. Quem souber do paradeiro desse criminoso reportar imediatamente às autoridades! Cuidado, ele já causou milhões de dólares de prejuízo às companhias!! hehehe


Tuesday, November 07, 2006

Salvem as Baleias!

Renato, a culpa agora é sua, rs. Eu ví um vídeo que Renato me passou e fiquei revoltado. Trata-se de um tema muito atual e que está se tornando cada vez mais recorrente à medida que tomamos conhecimento da destruição irreversível que estamos causando na natureza. O filme passa cenas de brutalidade com animais e mostra como os homens desrespeitam as outras criaturas, quando na verdade temos a obrigação moral de respeitarmos e considerarmos as outras espécies como iguais, como terráqueos assim como nós. (Lá em baixo tem o link pro filme. Assista se puder.)


Na real, que moralismo barato! O filme realmente apela pro lado moral, tentando chocar com a violência das cenas, mostrando que temos de considerar as outras espécies como nossos iguais. Não, senhores, não tem nada a ver com moral! É outra coisa completamente diferente. Não temos obrigação coisa nenhuma de ter pena dos animais. Quem foi que falou isso? À mim não disseram nada. Cristo! Até quando as pessoas vão pensar assim!


Bom, aí segue uma argumentação fraca tentando comparar o que fazemos com os animais e o holocausto, ou a escravização. Aliás, pensando bem até que foi uma comparação válida. Pois acredite, enquanto houver diferença de poder, enquanto houver um mais forte e um mais fraco vai haver escravização, vai haver desigualdade, vai haver injustiça. Sempre foi assim, porque iria mudar agora? Se você tem esperança de um mundo melhor e mais justo no futuro, sorte sua que você não vai viver pra sempre!

Porque será que o leãozinho na África não mata a sua presa com uma injeção letal indolor, e, pior, começa a comer o bichinho enquanto ele ainda tá vivo! Que maldade! Às vezes ele até mata e não come. Que desperdício! Tantos bichinhos morrendo de fome... Tem também as baleias orcas que jogam voleibol com os filhotinhos de lobos marinhos antes de saboreá-los. Isso é lá justo, é lá bom? Vai tentar empregar valores morais aí. Eu não vejo nenhum. Não há! Não é como a natureza funciona.


O respeito não se pede, deve ser conquistado. Não espere você ficar rico porque um milionário resolveu te dar metade da sua fortuna. Isso não faz parte da realidade. Se você é escravizado, é obrigação sua lutar e mudar a situação. A compaixão nesse caso não vai mudar nada. A compaixão, como diria nosso colega Nit há 100 anos atrás, é para os fracos. Pior, para os fracos que se conformam. Fique condenando seus superiores, chamando-os de imorais e injustos, e espere uma eternidade para que eles se sensibilizem. Não vai acontecer! Eles só vão te respeitar quando tiverem medo. Quando sentirem que uma trégua é necessária, quando os seus poderes se equipararem.


Quem disse que a desigualdade é ruim! Meu Deus!, é a desigualdade que move o mundo! A desigualdade gera a luta e a mudança. Vamos imaginar um mundo animal em que todas as espécies são iguais, boas e justas, a harmonia é perfeita e ninguém tem de se estressar para viver. Sinto muito, mas se nesse céu na Terra não há competição não há seleção, e logo não há evolução. Essa hipótese moralmente correta constitui um belíssimo universo morno, uniforme, ou melhor, morto! Se a vida fosse moralista ela nem teria começado. É uma tremenda injustiça apenas um macho dominante numa espécie cruzar com 100 fêmeas, enquanto 100 outros machos têm de se virar sem sexo. Que pena!... Pois modifique o destino desses animais e assista à degradação da espécie!


Não que a moral não seja importante; ela é a força cooperativa da sociedade. Ela é necessária para que haja empreendimentos em cojunto, mas no fim é uma cooperação que se baseia no interesse individual. Nada de errado nisso, nem de feio também. A moral é a força que tende a estabilizar as coisas do jeito que estão. A pessoa que sente pena do mendigo e dá dinheiro a ele está contribuindo para que o mendigo seja mendigo pra sempre. (A mesma coisa acontece com a assitência financeira, ou de qualquer outro tipo, entre países. Ou você acha que na assitência aos países pobres os países ricos desejam uma mudança de verdade?) Nesse caso, a moral impede que as coisas se tornem críticas e uma revolução aconteça. Essa é a moral do rico, do senhor. Manter as coisas como estão, porque assim está bom.


Então não seja ingênuo, não pense que as baleias do Ártico estão preocupadas com você. Se exterminar a humanidade inteira fosse trazer mais peixinhos pra elas, pode ter certeza, elas não hesitariam em apertar o botão. Também não espere que os humanos vão parar de maltratar os animaizinhos porque se concientizaram da injustiça que estão fazendo. Toda essa polêmica que ocorre hoje em torno desse assunto é reflexo do medo! O homem está com medo porque ele é dependente da natureza. Não que é imoral maltratar a natureza, mas que é perigoso, pois estamos brincando com o nosso próprio destino. Ficou claro que a natureza tem poder sobre a gente. Chegou a hora de fazer uma trégua, chegou a hora de respeitar, chegou a hora de considerar os animais como nossos iguais.


Bom, primeiro vai um link pra quem quiser ver as baleias assassinas brincando com sua comida. É um espetáculo impressionante.

http://www.youtube.com/watch?v=5pCuUPLs2tc

Ai vai o link do filme pra galera. Aviso que tem de ter estômago pra ver.

Parte 1 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=VQHVCzHM-4k
Parte 2 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=eeExxmwLsCM
Parte 3 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=MxakVp17HLY
Parte 4 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=mczps6J4Dkk
Parte 5 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=gkfu1br5Su8
Parte 6 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=GjYn-O2_15w
Parte 7 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=RNVnr8AZ6b4
Parte 8 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=yD0OW4C5HhI
Parte 9 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=AnyhJEqvjqA
Parte 10 de 10:
http://www.youtube.com/watch?v=fopI5_MxMKo


Friday, November 03, 2006

Halloween

Rapaz, fui obrigado a participar aqui desse negócio de halloween. Mega estranho, mas depois de uma cachaça até que fica divertido, hehe. Dá um saque no figurino:


Bom, pra quem não adivinhou eu sou o fantásma da ópera. Comprei uma fantasia no supermercado, vinha com uma máscara, mas ela era ruim demais de colocar. Aí eu pintei a cara. Na minha opinião ficou massa, embora a autenticidade tenha deixado a desejar, hehe. Agora com cara de mau:

Ai sou eu e Aurélio, um bróder mexicano que anda comigo nos reggaes. Ele também comprou uma fantasia no supermercado. A máscara dele era massa, mas ele preferiu essa pintura bizarrona.



Ai com a galera do mau. De pirata é Nicolas, um bróder sulamericano, não lembro agora de que país. De hippie é Drew, um cara do meu laboratório que entrou agora no PhD também. O bicho é engraçado pra caramba.

Sei que no final da festa eu já tava mais pra lá que pra cá. Olha no que deu:

Pois é, esses hippies são maus elementos. Fiquem ligados! Mas não dá nada não que esse beck é natural, ahaha. Não é nenhum geneticão.

Bom pra terminar vai uma foto de Paulina, uma de minhas roomates. Essa foto ficou massa (claro fui eu que tirei! hehe.) Mas falando sério, a fantasia desse cara é o bicho! Fiquei morrendo de inveja, todas as meninas queriam tirar foto com ele, rs.


Bom halloween agora só ano que vem. Mas até que foi bem divertido...